Abílio Pereira começou na arte da cestaria com 14 anos. Saiu da escola aos 10 para ser criado de lavradores, mas a ânsia por uma vida melhor fez com que pedisse à sua mãe para o deixar aprender a fazer cestos. Aprendeu em 4 semanas.
O primeiro cesto que fez foi um gigote da terra que em tempos era usado por crianças escravas, para tirar terra das minas.
Já é cesteiro há 58 anos, mas nem sempre o foi. Mudou algumas vezes de profissão ao longo da vida: já foi tecelão, passou pela tropa na época da guerra colonial, e quando voltou trabalhou na têxtil. Entretanto, apanhou uma doença nos rins e aos 29 anos viu-se obrigado a entrar na reforma.
Com dois filhos a sair da escola e na esperança de lhes dar um mundo melhor, envolveu-se no mundo da cestaria a tempo inteiro.
Não nega nenhum pedido. Faz qualquer peça que lhe seja desafiada com o intuito de aprender e melhorar cada vez mais. E embora seja esse o caso, refere que as suas peças não são “bens de primeira necessidade” e que o mercado tem vindo a decair desde o aparecimento do plástico.
