Armando Braz tem 66 anos e já vive a olaria desde criança. O trabalho com o barro já vem desde o tempo dos seus bisavós, que passou pelo avós, pais, e neste momento está consigo.
Aos 10 anos de idade começou a dar os primeiros passos na olaria e já ia até à roda “brincar”. Completou a escola até ao 4º ano, saindo para trabalhar “mais a sério”. Mais tarde, completou um curso de informática para arranjar equivalência ao 6ºano.
A primeira peça que Armando fez foi uma chocolateira, muito usada antigamente para fazer o café, aquecer água ou chás. A maior parte das peças que criava antes eram de uso utilitário, como cântaros, bilhas ou panelas, tudo em barro.
Hoje em dia o mercado mudou, e o grosso do seu trabalho são vasos para jardinagem e decoração.
Depois do falecimento do seu pai, Armando assumiu o comando da fábrica, até aos dias de hoje. Atualmente pouco trabalha na roda e dedica quase todo o seu tempo à gestão da empresa.
Tem 3 filhos, um deles emigrado nos Estados Unidos, embora gostasse que este seguisse as pisadas do pai na olaria. O segundo trabalha consigo, mas não tem perspetivas de ficar à frente do negócio. E o terceiro acabou por enveredar pelo caminho da eletricidade. Gostava que o legado continuasse “deixa tristeza”, mas já aceitou o seu caminho.
Resume a sua carreira como uma série de objetivos alcançados e sente-se realizado: “Já fiz a minha parte”.
