Biografia
Bernardino Rodrigues Coelho, natural e residente na freguesia de Carvalhal, concelho de Barcelos, nasceu a 8 de Janeiro de 1962. É filho do grande mestre artesão Arménio Carvalho Coelho, um dos mais conceituados artesãos desta produção em Barcelos, e de Maria Rosa Sousa Rodrigues.
Desde muito novo, ainda com os seus 9 anos, juntamente com o seu único irmão, ajudava o pai na arte de esculpir a madeira, arte esta que passou de geração em geração, pois já os bisavós trabalhavam na feitura de jugos para os bois. Um dos jugos mais interessantes que Bernardino viu o pai fazer e que lhe ficou gravado nas memórias de infância foi um jugo de chocolate, uma encomenda do Hotel Nélia de Esposende para um concurso internacional de doçaria, em Inglaterra. Esta peça feita há cerca de 45 anos atrás e valeu-lhe o segundo prémio do concurso.
Após ter terminado a quarta classe decidiu deixar a escola e continuar a trabalhar com o pai. Com 12/13 anos “…o meu pai deu-me liberdade para aplicar as minhas ideias, pelo que já era eu que desenhava as peças, (…) o que me deu mais ânimo e gosto pela arte”, afirma. Bernardino começou a efetuar os desenhos e a aplicá-los nos jugos e noutras peças decorativas, sobretudo cabides, bancos e cabeceiras de cama. Aos 14 anos, recorda-se de ter participado com o pai na maior feira de artesanato do país – na FIL, em Lisboa, e diz “…que foi neste ano, em 1976, que a própria organização da feira elegeu Barcelos como a Rainha do Artesanato”. Foi neste ano que aconteceu a maior concentração de artesãos barcelenses, todos eles a trabalhar ao vivo. Para além deste certame, Bernardino juntamente com seu pai participava em inúmeras feiras, quer em Portugal, quer em Espanha, até porque era em Espanha que se localizavam grande parte dos seus clientes.
Aos 15/16 anos, em face do seu talento inato para a arte, o pai atribuiu-lhe a gestão total do negócio. A partir desta altura começa a diversificar o tipo de peças para além das que já fazia, como por exemplo quadros com retratos de pessoas, bem como quadros sobre a História de Portugal, galos de Barcelos, presépios, oratórios, imagens, mobiliário, recuperação de arte sacra, entre muitas outras. Gostava de ter tirado uma formação na área das Belas Artes, todavia nunca lhe foi possível. Ainda assim, é uma pessoa que perante as dificuldades não tem problemas em pedir apoio a outros artesãos, pois acredita na multidisciplinaridade, afirmando que “…nós aprendemos com os outros, e se a pessoa gostar da arte, vai atrás para evoluir, pois sem esforço não se faz nada”.
Relativamente à arte, diz gostar de fazer de tudo, “mas se for uma peça nova, fico mais motivado, pois posso explorar as minhas capacidades. Há tantas peças que me passaram pelas mãos, mas a última é a que me dá mais satisfação.” É um perfecionista convicto. “O meu maior sonho era que os meus filhos seguissem esta arte, mas não posso empurrar uma coisa que os meus filhos não querem, era como casar o meu filho com uma pessoa que ele não gosta…. ou se tem o gosto ou não se tem”. Apesar de apreciarem a arte do pai, nenhum dos seus três filhos tem o desejo e o conhecimento necessário para continuar este ofício. No entanto, Bernardino Coelho acredita que um dia algum deles irá seguir os seus passos na arte de entalhar a madeira, porque esta faz parte da identidade e cultura da Família Coelho.
Contactos
Bernardino Rodrigues Coelho
Rua Nossa Senhora da Franqueira, n.º 977
4755-104 Carvalhal
Tel. 253 832 198
E-mail: bernardinoartesanato@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/bernardinocoelhoartesanato/
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