Maria de Fátima Silva Miranda, filha de José Alves Miranda e Maria Olívia da Silva, nasceu a 17 de Fevereiro de 1957, em Barcelos.
Face às dificuldades financeiras da época, e apesar da vontade e vocação para os estudos, Fátima apenas conseguiu completar o 6.º ano de escolaridade, para ficar em casa a cuidar dos 5 irmãos.
Aos 15 anos teve o seu primeiro trabalho como empregada de balcão de uma padaria situada junto à casa dos pais. Nesta altura, já com um sentido muito irreverente na sua forma de ser, começou a desenhar a sua própria roupa. O gosto pelo desenho e costura era tanto, que decidiu comprar a sua própria máquina de costura, e com esta compra é- lhe oferecido um curso na área. Após o curso, conta que passou a ser a costureira da casa, fazendo roupa para toda a família.
Esta formação permitiu-lhe uma mudança de emprego, e passou a trabalhar na fábrica de malas de senhora “MADI”. Posteriormente tirou o curso de Modelação de Alta Costura na Escola Gudi, no Porto, e começou a trabalhar como modelista na TEBE e DISTEBE, empresa têxtil de Barcelos.
Com o passar dos tempos, Fátima Miranda tornou-se a chefe de modelação da empresa, mas em 2000, devido a um problema físico, acabou por ter de ser reformar por incapacidade.
A partir desta data, decide concretizar o seu sonho de criança e abre os caixotes até então guardados com o material do curso por correspondência de desenho e pintura que tinha iniciado em 1978, na Escola Álvaro Torrão de Lisboa, mas que nunca chegou a terminar, e recupera toda a vontade de concretizar os seus projetos criativos e dar liberdade à sua imaginação. Começou finalmente a elaborar as suas primeiras pinturas a óleo em tela de tecido, sendo esta técnica de pintura de artes plásticas aquela que permite uma maior versatilidade ao artista, visto ser possível produzir efeitos de cor exclusivos. O seu primeiro quadro era sobre a temática de natureza morta (uma jarra e dois frutos), os seguintes retratam os famosos bebés de Anne Geddes (2005 e 2006).
Em 2008, através do Programa Novas Oportunidades, conclui o 12.º ano, para progredir e apurar as suas técnicas de pintura. Afirma feliz que “… ao fim de uma vida, depois do que eu passei, acho que tenho liberdade para fazer aquilo que eu gosto”.
Após algum tempo de aperfeiçoamento, em 2013, decide expor publicamente os seus trabalhos na Mostra de Artesanato e Cerâmica de Barcelos. Este passo foi fundamental para a sua notoriedade como artista, bem como para alargar horizontes, na medida em que passou não apenas a pintar telas e galos sobre tela, mas também foi confrontada com alguns desafios que lhe foram colocados, e começou a fazer outro tipo de peças, nomeadamente presépios com materiais recicláveis (folhas de alumínio, pinhas, cabaças, folhas de milho, miolo de pão, entre muitos outros materiais).
