João Lourenço trabalha em olaria desde os seus 12 anos. Confessa que na altura não questionou se gostava ou não de trabalhar. A realidade assim o exigia: “terminava-se a escola obrigatória e ia-se trabalhar”.
Salienta que antigamente, profissões como a sua passavam pelas famílias, e é por isso que, antes de si, o seu avô e o seu pai já eram oleiros. Trabalhou alguns anos com eles, mas mais tarde foi para fora, trabalhar com um artista plástico numa “fábrica-escola”.
Depois das aventuras e desventuras, fez o serviço militar e a partir daí trabalhou sempre com o seu pai ou irmão. Hoje, trabalha sozinho. O pai reformou-se e neste momento o irmão não trabalha consigo.
Conta que a olaria sofreu uma transformação muito grande “No início ainda se fazia muita loiça tradicional, aquela utilitária”: potes, cântaros. “Depois houve uma fase dos vasos para jardins, para o mercado holandês e mercados alemães”.
Com o passar do tempo, confessa que foi crescendo a necessidade de fazer “mais qualquer coisa”, “Percebi que a cerâmica era muito mais que a olaria tradicional que se fazia cá em Barcelos”. Posto isto, começou a ler mais sobre o assunto e tirou vários cursos, alguns deles em Espanha.
Revela que sente ainda haver uma grande carência de conhecimento nos termos mais técnicos na área da olaria. Para João, “há muito mais” no mundo da cerâmica.
Conclui que “A cerâmica é uma enciclopédia. Nunca estamos completos”.
