Sérgio e Júlia Pereira
Os dois positivos, continuarão a trabalhar no artesanato enquanto for rentável.
Biografia
Sérgio Pereira tem 45 anos e é cesteiro desde que se casou, há 26 anos. Trabalha com a família, a sua esposa e os seus filhos.
O sogro, pai de Júlia, já fazia cestos tradicionais “de lavoura”. Havia outras encomendas, cestas de vime, de lenha, e foi aí que decidiu começar a fazer cestos, aprendeu a ver, “de livre e espontânea vontade”. Conta que de início muitos lhe chamaram “tolo”, por ser uma área que é conhecida por não ser muito rentável. Persistiu e começou a inovar, arranjou alguns clientes e a partir daí “tudo aparece”.
Antes da cestaria era serralheiro civil, fazia grades e portões. Depois de casar começou a ajudar nas feiras e a acompanhar a esposa e o sogro. Embora achasse que as feiras fossem um pouco cansativas por estar tempo parado, deu uma oportunidade e começou a fazer cestos. Os primeiros passos nesta arte foram nos cestos de lavoura, precisamente os que o pai de Júlia fazia, foi por aí que aprendeu, mas logo se desviou desse caminho com vontade de fazer diferente.
As peças em que aposta desde cedo são mais de decoração, como cestas de vime, cestas de lenha, cabazes ou até mesmo cadeiras, considerando uma parte mais rentável. Nota algumas diferenças no mercado ao longo dos anos, mas admite que nunca foi um problema para o negócio, “Sempre acompanhei o mercado”, confessa.
Admite que trabalhar com a esposa tem imensos pontos positivos, um deles definir quais as prioridades, mas também sabe que muitas vezes acaba por ser difícil. No futuro não vê os filhos a seguir a arte da cestaria, por não ser tão rentável como um emprego tradicional. Confessa que gostava de ver alguém continuar o legado, mas mantém-se realista.
Júlia Pereira, de 46 anos, trabalha na cestaria “desde sempre”. Os seus pais já eram cesteiros e diz-se “injetada” com o ofício. É a filha mais velha, e começou a fazer cestos por obrigação. Em pequena, a sua tarefa era “cavacar” a madeira. Fazia feiras com a mãe com os artigos que o pai fabricava.
Quando recebeu a notícia do marido de que queria entrar no negócio dos cestos chamou-o de “tolo” e equiparou a “loucura” a fumar um maço de tabaco por dia. Hoje trabalham juntos e evoluem de mão dada na arte da cestaria.
Gosta do que faz e adora lidar com o comércio. Na sua idade, já não se vê a fazer outra coisa diferente.
Para Júlia, é quase impossível deixar de pensar em cestos. Cresceu neste meio e consegue distinguir qualquer artigo de qualquer artista “há toques, acabamentos ou pormenores”, que acabam por desvendar qual o criador da peça.
Contactos
Sérgio e Júlia Pereira
Rua S. Salvador, n.º 1300
4775-231 Silveiros, Barcelos
Tel. 918 947 262
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